quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dia Mundial do Diabetes 2012

1 comment
Essa é a minha homenagem hoje para o Dia Mundial do Diabetes.



Desejo muita saúde para todos os meus doces amigos e que possamos continuar firmes e constantes na nossa busca diária por um bom controle glicêmico!
Read More...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Proteger Nosso Futuro - Gravidez e Diabetes - parte 1

2 comments

   Eu sou de uma geração de diabéticos que tomava insulina NPH suína da Biobrás (estatal que nem existe mais), usava o Glicofita para testes de glicemia na urina e que sonhava em tomar coca-cola diet. É óbvio que tudo isso evoluiu, mas algumas crenças, que na época eram consideradas verdadeiras e corretas, parecem que perduram até hoje. Uma delas é que uma gravidez para mulheres diabéticas é muito perigosa tanto para a diabética quanto para o bebê e que o melhor seria não engravidar. Isso foram  médicos que me falaram. A última vez em que ouvi isso faz menos de 10 anos. Porém, de todos os endocrinologistas que já passaram pela minha vida, houveram aqueles que discordavam com veemência disso e me tranquilizaram, especialmente a minha endocrino. atual. Eu vejo na comunidade online a preocupação das diabéticas de engravidarem e entendo, porque também tinha meus receios. Vou descrever abaixo um pouco como foi a minha gravidez.

   Eu e o Humberto estávamos pensando em engravidar no ano de 2010. Eu estava usando a bomba há 6 meses e o controle estava ficando bom. Lembro bem do dia 25 de janeiro, porque aqui em São Paulo é feriado (aniversário de São Paulo). Eu estava assistindo TV quando me dei conta que a minha menstruação estava 3 dias atrasada. Fomos correndo para a farmácia e comprei o teste de gravidez. Gravidez confirmada. Confesso que a minha primeira reação não foi das melhores. Eu entrei em pânico porque a  última hemoglobina glicada tinha sido 7,1 e eu queria ter engravidado no mínimo com 6,5. Fiquei com medo também porque o aniversário do Humberto tinha sido alguns dias antes e tínhamos comemorado com vinho. No dia seguinte liguei bem cedo para a minha médica e com a voz muito nervosa falei para ela que estava grávida. Ela me perguntou "Mas não era isso que você queria? Parabéns!!". Isso foi um alívio tão grande para mim. A partir daquele momento eu consegui ficar muito, mas muito feliz mesmo com a gravidez.
   Eu coloquei a minha vida em pausa naqueles meses. Eu me dediquei quase que exclusivamente ao bom controle glicêmico. Eu fui bem radical. Eu cortei absolutamente todo e qualquer alimento gorduroso que pudesse me dar trabalho na hora de contar os carboidratos e acertar o bolus. Eu pedia para meus amigos irem em casa jantar ao invés de ir a casa deles só para eu ter certeza de que haveria comida saudável ao invés de pizza, por exemplo. Eu fazia no mínimo 12 dextros por dia e anotava cada um deles. Eu acordava todos os dias de madrugada para fazer teste para me certificar que não estava com hipoglicemia. Eu fui uma verdadeira nerd diabética. Tudo isso por 1 motivo, especialmente no primeiro trimestre da gravidez: o descontrole glicêmico  pode causar malformação no bebê. Ao longo do pré-natal o meu obstetra foi me explicando que essa malformação poderia ser até no coração. Outro fator que me motivou demais para o bom controle é que eu não queria "sobrecarregar" o meu corpo. Eu quis poupar o máximo possível os meus vasos sanguíneos e consequentemente a retina, os rins e etc... Como eu tenho retinopatia não proliferativa, fiz 2 mapeamentos da retina durante a gravidez e os dois tiveram resultados normais.
   Quanto às hipoglicemias características do primeiro trimestre, posso dizer que não passei ilesa por elas. Tive uma hipoglicemia noturna de 28 mg/dL que foi bem assustadora, porém não cheguei a perder a consciência. Os sintomas da hipoglicemia mudaram também. Ao invés da irritação, sonolência, sudorese características, eu tinha enjoo. Isso foi uma novidade nada agradável para mim.  Aprendi também com o obstetra que a glicemia do feto equivale a 2/3 a glicemia da mãe.
   O meu líquido amniótico ficou um pouquinho aumentado durante quase toda a gravidez. Isso, eu também aprendi, que pode acontecer com grávidas diabéticas, por conta do aumento da glicemia da mãe (mesmo eu tendo um super controle e hemoglobina glicada abaixo do 6,5). O meu obstetra me orientou a cuidar do meu peso e engordar o mínimo possível e eu segui isso a risca também (nerd que eu sou... ). O peso que eu ganhei foi o do bebê + líquido amniótico. Depois de 5 dias que ganhei a Lorena já estava no meu peso de antes de engravidar. 
  Quando engravidei eu já tomava remédios para controlar a minha pressão sanguínea, já que sou hipertensa. Fui orientada por uma nutricionista especialista em diabetes e gravidez a reduzir a quase nada o sal na minha alimentação. Como uma boa nerd, fiz isso também. 
   Eu vou, nos próximos posts, escrever sobre o parto e o pós parto com mais detalhes.
   Bom, o que eu quero deixar para finalizar, é que eu curti demais a minha gravidez!! Foram as 37 semanas que eu  me senti mais bonita e mais plena como mulher. Pode parecer que foi uma gravidez tumultuada, difícil, mas não foi. Eu fui uma grávida como qualquer outra, com um sono absurdo (eu brincava que eu não dormia, eu entrava em coma, tamanho o sono), um pouco de enjoo, olfato de urso (sentia cheiro de coisas a 8 km de distância) com a diferença de ter o rótulo de "alto risco". O importante é a gente está com um bom controle glicêmico para engravidar e manter esse controle durante a gravidez! 
Read More...